Vamos identificar um documento datilografado juntos?
Muitos analistas que apuram diversas fraudes no ramo da prevenção à fraude, possuem dúvidas sobre os modelos de documentos datilografados, no caso, aqueles que não possuem nenhuma regra de formatação, que muita das vezes são similares aos documentos informatizados.
Neste artigo, você vai entender um pouco sobre a história da datilografia em documentos e também como identificar com facilidade e exatidão o modelo de documento de identificação (RG), para não deixar passar nenhum erro na hora da sua validação. Vamos lá?
Para explicarmos com detalhamento a datilografia, precisamos voltar em meados de 1880, quando a necessidade de formalizar os documentos através da máquina datilografada passaram a ser adotadas pelo mercado corporativo visando trazer uma legitimação nos documentos.
As primeiras máquinas de escrever, foram produzidas pela empresa Remington em 1873, que pré penetrar nesse mercado, produziam armamento para a indústria bélica.
Os primeiros exemplares desenvolvidos escreviam apenas em letras maiúsculas, suas barras moviam-se de baixo para cima e não se era capaz visualizar o que a pessoa escrevia na hora. Porém, rapidamente em seu segundo modelo patenteado, passou a incorporar algumas melhorias significativas, que permitiram uma escrita com mais velocidade e a capacidade de trabalhar com letras maiúsculas e minusculas. Tornando-se um produto completo e com real interesse para o consumidor dependia de um processo manual para formalizar seus documentos.
A criação de um novo produto que rapidamente se espalhou para o mundo todo, passou a surgir em todos os países industrializados da época, criando uma necessidade na contratação de datilógrafos, que operavam as máquinas com velocidade e técnica.
O próximo passo foram as máquinas de escrever eletrônica, que foram criadas no início dos anos 60. Onde passaram a permanecer com o carro parado e com circuitos eletrônicos que selecionavam as letras. As máquinas datilografadas atuaram por anos no mercado, porém, foram caindo em decadência a partir do início da década de 1990, com uma vasta redução na demanda com a adoção dos computadores e impressoras como uma alternativa mais eficiente para a produção dos textos e formalização de todas as documentações.
Com isso, as mulheres passaram a ter espaço nos escritórios, redações e cartórios, assumindo funções nas áreas administrativas, o que consistiu em um dos primeiros movimentos para a conquista dos direitos femininos.
A datilografia no Brasil:
O Brasil passou a exigir e se adequar ao mercado em 1941, quando as máquinas datilografadas passam a ocupar espaço na indústria metalúrgica.
A grande americana Remington, se instalou no Rio de Janeiro, em 1948, trazendo todos os seus modelos para dentro do país. Isso rapidamente se espalhou por todas as grandes companhias da época, que se adaptaram as novas tendências.
O mercado brasileiro reteve a compra de máquinas datilografadas, porém, manteve-se com o equipamento em funcionamento em algumas regiões até meados de 2006, onde já foram constatados documentos de identificação emitidos neste período, feitos pelo processo da datilografia.
A implementação dos computadores facilitou e revolucionou o método da escrita de modo que as máquinas de escrever foram rapidamente extintas, exceto para preencher alguns documentos que não eram/foram digitalizados.
Os computadores tiveram notável diferença por possibilitarem a escolha de diferentes tipos de tipografias, cores, tamanhos de fontes padronizadas, estilos de fontes como itálico, justificar e ainda conseguir armazenar os dados em um disco rígido.
Identificando um documento datilografado:
Devemos estar atentos à alguns detalhes nos documentos datilografados, visto que os mesmos não possuíam regras de formatação e alinhamento:
O que devemos levar em consideração?
– Muitos documentos datilografados eram escritos com letras maiúsculas e minusculas;
– Os documentos não possuíam uma regra de formatação, podendo encontrar diferentes modelos de RGs expedidos no mesmo período, porém, com diferentes formatações;
– A datilografia se manteve constantemente presente entre 1941 e 1990, porém, alguns documentos ainda continuaram sendo datilografados em alguns estados até meados de 2006 (casos de exceção);
– A introdução dos computadores fizeram a passagem da datilografia para a informatização;
– A fotografia do documento datilografado era colada de forma manual no documento;
No modelo do Ceará ao lado direito conseguimos identificar como os documentos datilografados possuíam sua formatação alterada conforme o passar dos anos. Isso facilitava as falsificações por não possuírem uma identidade padrão, que permitisse a confrontamento dos dados com outros estados.
A diferença no papel em que os documentos eram impressos também eram alteradas ano a ano, conforme o estado emissor fosse fazendo suas atribuições nos documentos.
Até mesmo documentos que foram expedidos no pós período,1891, época da primeira Constituição republicana do país, onde se denominava Estados Unidos do Brasil.
Retratando o exemplo a esquerda, um documento do estado de São Paulo, que constam os dados sobre as cores dos olhos e da pele como forma de identificação e comparação.
Com todo esse material em mãos, fica mais fácil de identificar um documento datilografado não é mesmo? Fique sempre atento aos detalhes e mãos à obra nas validações!
Fonte: PortalSãoFrancisco / Wikipédia / DigitaçãoeFormatação / EspaçoCultural / Senado
Puxa, é incrivel quantos estilos diferentes de documentos o Brasil teve ao longo dos anos, muitas vezes sem seguir nenhum padrão. Devia ser uma dor de cabeça danada na época.